terça-feira, 25 de março de 2008

A Sul de nenhum Norte...


Morreu ainda eu não tinha nascido para a música. Deliciei-me com a sua voz hipnotizante aquando a minha precoz audição do LP da banana dos Velvet Underground. O repeat da minha stereo já sabia do que se tratava. Era Amor. Já então se destacava das outras meninas que se passeavam pela Factory. Bela, inteligente e independente. Em Chelsea Girl revela todo seu potencial. Letras de qualidade inigualável, poemas sobre a vida e todas as dúvidas e certezas que ela nos traz. Com uma lucidez invulgar para a sua idade, escreve, compõe e interpreta algumas das melhores canções que o meu VIII nervo craneal teve o prazer de transmitir. Nos anos seguintes continuou a escrever e a explorar novos territórios com igual mestria. Uma espiral de decadência alimentada por benzedrina e heroína levou-a a perder o Norte (se é que alguma vez o teve) e foi para Sul faz agora 20 anos.





Nico - these days